segunda-feira, 7 de março de 2011

FILHOS

Esta poesia, de sua autoria, Beth declamou no dia do aniversário surpresa do Rogerio. (6-3-11)

Filhos, vocês são o canto de uma cotovia, ou o rugido ensurdecedor de um leão?
Filhos, vocês são o orvalho da manhã, ou o frio de uma noite de inverno?
Filhos, vocês são a lágrima que aquece, ou a dôr que dilacera?
Filhos, vocês são a flôr que desabrocha, ou a flôr que esmaece?
Filhos, vocês são o sol que ilumina, ou a chuva que prateia a terra?
Filhos, vocês são como a primavera que florece, ou o inverno que enregela?
Filhos, vocês são a estrela que ilumina, ou a eclipse que cobre a lua?
Filhos, vocês são a seta que orienta, ou o ódio que corrói?
Filhos, vocês são a maior dádiva que uma mãe pode ter.

domingo, 6 de março de 2011

SER AVÓ

Numa de minhas noites de insônia, vem a inspiração novamente.
Minha querida neta, eis a resposta que você me pediu outro dia.
O que é ser avó?
Ser avó, é sofrer no paraíso duas vezes.
Ser avó, é ver o arco-iris depois da chuva.
Ser avó, é fazer tudo que não se fez quando se era mãe.
Ser avó, é amar, sofrer, deseducar, e educar outra vez.
Ser avó, é tentar ser mãe novamente, sem magoar seus pais.
Ser avó, é ser boa, é ser careta, antiga e moderna, tudo ao mesmo tempo.
Como é difícil ouvir o coraçãozinho de um neto e compreendê-lo. É quase impossível fazê-lo entender que estão errados quando pensam que estão certos.
Como é difícil e sofrido fazer um neto compreender o mal, que às vezes estão fazendo a seus pais, que só desejam a sua felicidade, e por isso sempre perdoa toda irreverência, toda incompreensão, todo desamor.
Ser avó, é perder noites de insônia pensando nos problemas de um neto adolescente e não poder fazer nada para ajudá-lo.
Ser avó, é ir contra tudo e contra todos.
Ser avó, é nascer, viver e depois morrer sempre pensando nos seus netos queridos.
Ser avó, é sofrer pensando num neto que está distante e só. É sofrer com a saudade que dizima seu insensato coração.
Este é o desabafo de uma avó que só cometeu um erro: amá-los demais, pois ser avó é ver e não enxergar. É ouvir e não escutar. É sentir um torpor em todo corpo, toda vez que um neto tiver um problema que ela não possa solucionar.
E o famoso ciumes? Como são ciumentos quando se fala algo para um, e não fala para outro.
Meus queridos, não sofram por ciumes. Pensem que os netos são como os dedos de uma mão: embora sejam diferentes um do outro, são igualmente amados.
Estou expondo a minha alma neste desabafo.
Amar é como uma torneirinha que abre e fecha a medida em que precisamos mais ou menos desse amor.
Esta é a resposta, minha neta, para o meu coração alegre, feliz e triste ao mesmo tempo