sábado, 12 de fevereiro de 2011

ENVELHECER COM DIGNIDADE





       O  que é envelhecer com dignidade ?
      Envelhecer com dignidade é ter dinheiro, é ter uma profissão digna ou é apenas ter o amor de seus filhos, netos e bisnetos?
      Analisemos cada caso um a um.
      Tomemos um exemplo qualquer:
      Uma senhora que teve vários filhos e os criou com o maior amor e desvelo.
      Dedicou sua vida, até que cada fio de seus cabelos branqueassem,e ficassem  igual a  prata de um riacho límpido.
      Um belo dia, ela foi internada por seus filhos numa casa de repouso, sendo que seu único desejo era ter o carinho e atenção de seus entes queridos.
      No fim de semana ,esperava ansiosa a visita de algum deles . Às vezes aparecia um ou outro, que vinha por obrigação, para
estar em paz consigo mesmo.
Assim viveu e morreu essa pobre senhora.
     Citemos um outro caso menos dramático:
     Daquele senhor que viveu para o seu trabalho a vida inteira.
     Os filhos até que foram bons; mas este homem trabalhou durante toda sua velhice até morrer. Acabou seus dias no quarto dos fundos da casa de sua única filha. Nunca se aposentou.
     E assim, poderia enumerar vários casos.
     Pobres, ricos, sòsinhos ou não, o idoso acaba sempre solitário, mesmo quando está rodeado da família.
     Espero que o leitor tenha entendido esta mensagem que estou passando. Dificilmente o idoso chega a velhice com sua cara metade, quando então sente muita solidão e acaba caindo em depressão.
     É raro acontecer o que vou lhes relatar:
     Um casal chegou se amparando um ao outro, ele aos 85 anos e ela aos 84, cercados do amor de toda sua família. Morreram com intervalo de 3 meses um do outro. Que felicidade! Todos queríamos que nosso fim fosse semelhante a esse, mas o nosso destino só a Deus pertence.
     Até agora só falei na parte afetiva, mas não podemos esquecer que existe o lado financeiro.
     O indivíduo se prepara a vida toda para progredir na sua profissão; uns conseguem, outros não.
      Uns se formam, outros mal conseguem terminar o ensino fundamental, mas todos tem o mesmo objetivo: se firmar profissionalmente.
É uma luta renhida. Depois da faculdade, o primeiro emprego, o segundo e daí por diante, até que ele chega à aposentadoria. E aqueles que morrem sem alcançar a tão desejada aposentadoria? Que decepção!
   Para aqueles que a conseguem começa o derradeiro round. Inicialmente a burocracia. Quanta papelada! É papelada que não acaba mais! Depois que conseguimos vencer essa parte burocrática vem o vazio que o aposentado sente: dias monótonos sem alento, sem uma expectativa de vida. Se esta pessoa não tiver condições financeiras para se manter só com o benefício da aposentadoria, tem que procurar outra fonte de renda ou corre o risco de entrar em depressão.
    Em resumo, essas pessoas só precisam de três coisas: AMAR, SER AMADO E SER RECONHECIDO.
    Infelizmente muito idoso chega a seu fim sem ter conseguido alcançar esses três itens por absoluta incompreensão de seus familiares.
      Estaremos nós proporcionando, ou tivemos proporcionado uma vida digna para nossos pais? Pensem sobre isso!

Um comentário:

  1. É, só Deus sabe o sentido das coisas, mesmo as que parecem mais injustas, como o envelhecimeto. Mas para mim, parece sempre que falta algo. Quando temos a vitalidade, não temos a sabedoria. Quando temos a sabedoria, não temos mais a vitalidade. Talvez seja para equilibrar as coisas.. sei lá...
    Realmente, o meu sonho, como o de todas as pessoas, é envelhecer com saúde, junto com a minha cara-metade, e tendo filhos que me amem.
    Não estou querendo dizer que Deus deveria ter feito de outra forma, mas de qualquer modo, gostei bastante de uma propaganda antiga em que o Chico Anysio falava sobre o envelhecimento :
    "O ideal seria que o homem nascesse com 80 anos, fosse ficando mais moço, mais moço, até morrer de infância. Nascendo com 80 anos, aos 60 ele casaria com uma mulher de 59. Mas com uma vantagem: A cada dia, a cada semana, a cada mês, a cada ano, ela ia ficando mais nova, mais nova, até se transformar numa gata de 20.
    Depois ficariam noivos, namorados.
    A bicicleta.
    O velocípede.
    Desaprendiam a andar, esqueciam como engatinhar,
    O voador, o cercadinho.
    Do cercadinho para o berço.
    As fraldas molhadas.
    O peito da mãe.
    Até que, num dia qualquer, pararia de respirar.
    Seria o tempo correndo para trás até aparecer o último homem: Adão.
    O último primeiro, a quem Deus colocaria sobre a mão e, em vez de soprar para ele,
    inspiraria o homem outra vez para dentro de sí mesmo.”

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